quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ISSO É MUITO GRAVE PRA CAMARA QUE SE DIZ MORALISTA


Começando mal: Vereador que recebia gratificações ilegais presidirá a 1ª sessão da Câmara!

Respeitável público: tudo indica que a primeira sessão oficial da nova Câmara de Chapadinha, a ser realizada às 17h00 desta sexta-feira (15), será o início de grandes espetáculos.

Segundo informações extra-oficiais, a prefeita Belezinha não caiu na lorota dos vereadores de Magno Bacelar - aquela que se iniciou na sessão extraordinária ocorrida antes do carnaval...

Em suma, fevereiro já está "no meio" e os edis que defendiam a continuidade do desgoverno anterior continuam desmamados, diferentemente do que planejaram ao tentar eleger o Doutor Ficha-Suja. O lado ruim disso é que, vezeiros na prática e inconformados com a situação, os tais tendem a transformar o parlamento municipal num palco de lamentação e mendicância sem fim, cada um querendo chamar a atenção da prefeita para si, gritando nas entrelinhas de seus discursos batidos: " - Compra eu aqui, eu faço mais zoada, compra eu!!!" Afinados com a causa por se encontrarem na mesma situação, blogueiros de aluguel tentarão dissimular as manobras em notícias redigidas a sete, talvez oito mãos. E, enquanto isso, os interesses do povo serão, mais uma vez, postos de lado.

Chapadinha: Vereador Eduardo Braga

E para dar início aos espetáculos, nada mais propício que a 1ª sessão ser presidida por um dos ícones do desmantelo passado - o vereador Eduardo Braga (foto) - aquele que recebia dinheiro público ilegalmente e ainda hoje tenta fazer o povo de palhaço, dizendo que a tal lei aprovada pela Câmara local permitiria o pagamento de gratificações proibidas pela Constituição Federal. Como ninguém é louco para acreditar nisso, o espertinho usa de outras lorotas, como a de que não há processo contra ele. Analogamente isso equivale à afirmar que um cadáver estendido no chão com trinta facadas nas costas não existe, a não ser que haja um processo! Nesse caso em especial, os cadáveres são dois contracheques da época em que o vereador era secretário: o primeiro, divulgado pelo próprio, mostrando a gratificação ilegal de R$ 2 mil; e o segundo, de junho de 2011, época em que o valor da ilegalidade chegava a R$ 4 "pilas".

Chapadinha-MA: Vereador recebia gratificações ilegais
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Vale ressaltar que o fato repercutiu e ainda hoje é comentado na blogosfera local e nas redes sociais. Se os então vereadores, a então oposição e o Ministério Público (MPE) nada fizeram a respeito, foi porque não quiseram. Se bem que, na maioria dos casos, nossas leis não obrigam os mamadores a devolver o dinheiro recebido ilegalmente, afinal estamos no BRASIL - capital mundial do carnaval e da impunidade!

Chapadinha-MA: Ilegalidade chegou a R$ 4 mil
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Vergonhoso para o nosso parlamento os trabalhos se iniciarem dessa forma, mas não deixa de ser um alerta para a população.

Resta-nos cobrar dos demais vereadores, aqueles que defenderam a mudança desde o início e foram apoiados por mais de 21 mil eleitores. Que honrem os votos que receberam e trabalhem pelo povo, não se deixando manipular pelas serpentes que habitam o parlamento.

Não esqueçamos que é nossa obrigação conhecer as principais atribuições de um vereador, a saber: 1) elaborar leis de interesse local (ou seja, do nosso); 2) fiscalizar as contas do executivo (com seriedade, e não para se vender ou outro motivo torpe); e 3) servir de "ponte" entre nós, os cidadãos, e os prefeitos. Qualquer outra ladainha que, dissimulada de função, se apresente carregada de pedantismo ou de preocupação exacerbada e/ou repentina com o coletivo deve ser recebida com um pé atrás. E se partir dos nobres vereadores que defendiam a continuidade do desmantelo Magnúbia, com os dois pés atrás!

O povo deve ter em mente que, como qualquer político, vereadores são nossos empregados, e não o contrário. Nós pagamos seus subsídios, verbas de gabinete e outras para que trabalhem em nosso benefício, e não para ficarem brigando por holofotes. Como seus patrões, somos nós as autoridades de fato, não eles. Só quando todos se aperceberem disso a câmara deixará de ser palco de espetáculos para, enfim, ser a casa do povo. A nossa casa.