Presidentes e chanceleres dos 4 países deram declarações sobre o Brasil.
Argentina declarou 'apoio institucional' e negou críticas de 'apoio frio'.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi um dos que declararam apoio a Dilma e a Lula (Foto: Aizar Raldes/AFP)
Os governos do Uruguai, da Bolívia e da Venezuela manifestaram nesta sexta-feira (18) apoio à presidente Dilma Rousseff em meio à crise política que abala seu segundo mandato.
Em um comunicado, a chancelaria uruguaia manifestou "seu total respaldo à presidente Dilma Rousseff". "Fiel defensor do princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, mas ao mesmo tempo respeitoso do Estado de Direito e dos valores democráticos, o Uruguai confia que as diferenças internas existentes no Brasil serão resolvidas no marco do regime democrático", afirma o comunicado, reproduzido pela agência EFE.
O comunicado "encoraja os diferentes atores envolvidos a atuar responsavelmente e com lealdade institucional" para que o Brasil supere em breve a situação que vive.
O comunicado do Uruguai também informa que o país, em sua qualidade de presidente temporário da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul, se encontra coordenando com os demais Estados-membros uma expressão regional de respaldo à presidente brasileira e a suas instituições.
Bolívia
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou mais cedo que a direita brasileira quer dar um golpe na presidente Dilma Rousseff e "castigar" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que não volte à presidência.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou mais cedo que a direita brasileira quer dar um golpe na presidente Dilma Rousseff e "castigar" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que não volte à presidência.
"A direita no Brasil quer voltar por meio de um golpe no Congresso e um golpe judicial para castigar o Partido dos Trabalhadores, o partido do companheiro Lula, e para tirar e julgar a companheira Dilma", disse Morales em reunião com mineiros no povoado de Colquiri, no oeste da Bolívia.
O governante acrescentou que a "direita sul-americana e a direita americana" querem "castigar" Lula para que um dirigente sindical nunca mais volte a ser presidente.
"Como já não podem aplicar ditaduras militares, agora usam os instrumentos da democracia ocidental para tirar Dilma do governo e processá-la, e inabilitar Lula para que não volte a ser presidente, um operário como vocês, irmãos mineiros", ressaltou.
Equador
O presidente do Equador, Rafael Correa, garantiu nesta sexta-feira que a crise política do Brasil faz parte de um "novo plano Condor" contra os governos progressistas da região.
O presidente do Equador, Rafael Correa, garantiu nesta sexta-feira que a crise política do Brasil faz parte de um "novo plano Condor" contra os governos progressistas da região.
"Você acha que isso é casualidade? É o novo plano Condor (aplicado na década dos 70 pelas ditaduras militares do Cone Sul para coordenar o extermínio de opositores) contra os governos progressistas", declarou o mandatário em uma entrevista na rede televisão oficial.
"Já não se precisa mais de ditaduras militares, se precisa de juízes submissos, se precisa de uma imprensa corrupta que inclusive se atreva a publicar conversas privadas, o que é absolutamente ilegal", acrescentou.
Venezuela
Na quinta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia manifestado apoio a Dilma e Lula, chamando a crise política no Brasil de "golpe de estado midiático e judicial".
Na quinta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia manifestado apoio a Dilma e Lula, chamando a crise política no Brasil de "golpe de estado midiático e judicial".
"Há um golpe de estado midiático e judicial contra a presidente Dilma Rousseff e contra Lula da Silva, líder do Brasil e da nossa América", disse Maduro de forma enérgica no Palácio de Miraflores.
Maduro revelou ter "falado com vários presidentes latino-americanos", que "estão muito preocupados" com a situação no Brasil.
'Apoio frio'
Na Argentina, a chanceler Susana Malcorra disse que "há um apoio institucional" do governo Macri e pediu que a crise seja enfrentada através de "um mecanismo democrático". Em declaração à rádio local Belgrano, Malcorra negou que a Argentina tenha dado um apoio "frio" à presidente Dilma Rousseff. "Não, não há [um apoio frio], há um apoio institucional", declarou.
Na Argentina, a chanceler Susana Malcorra disse que "há um apoio institucional" do governo Macri e pediu que a crise seja enfrentada através de "um mecanismo democrático". Em declaração à rádio local Belgrano, Malcorra negou que a Argentina tenha dado um apoio "frio" à presidente Dilma Rousseff. "Não, não há [um apoio frio], há um apoio institucional", declarou.
"As instituições têm que resolver os problemas através dos canais institucionais. (Dilma) Rousseff foi eleita por um mecanismo democrático e só um mecanismo democrático, institucional, pode mudar isso", acrescentou.
Malcorra reafirmou que a Unasul busca uma posição conjunta em relação à crise brasileira. "Trabalhamos com nossos colegas da Unasul para fixar uma posição como bloco", adiantou.
O chefe de Gabinete de Macri, Marcos Peña, foi ainda mais moderado, dizendo que a Argentina não interferirá na crise brasileira. "Olhamos com preocupação o que está acontecendo no Brasil. O Brasil é um parceiro estratégico, olhamos com interesse o que está acontecendo, mas com respeito porque é um processo que eles que tem que definir", disse.
Em Santiago, a chancelaria chilena informou à AFP que não formulará declaração sobre a crise no Brasil e que não se envolve nos problemas internos de terceiros países.
Do G1, em São Paulo
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