O soldado Diego Henriques, 24 anos, estava na corporação há um ano.
Pai também era policial e morreu ao reagir um assalto em 1994.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro do soldado Diego Barbosa Henriques (Foto: Marcelo Elizardo/G1)
O corpo de Diego foi enterrado às 16h30. A banda da Polícia Militar homenageou o rapaz com aplausos e com o hino da corporação. Cerca de 200 pessoas acompanharam a cerimônia.De acordo com a Secretaria de Segurança, essa não foi a primeira tragédia na família do soldado. O pai dele, que também era policial, morreu ao reagir um assalto em 1994. O irmão mais novo da vítima também pretendia seguir carreira na corporação e chegou a prestar o último concurso realizado pela PM no Rio.
Segundo amigos do jovem, Diego namorava há oito anos e pretendia oficializar o noivado ainda este mês. A mãe do rapaz também morreu este ano, em decorrência de um câncer.
Menor apreendido com munições
Diego foi morto no fim da noite de quinta-feira (13), quando realizava um patrulhamento a pé, na Rocinha. Desde o início da manhã desta sexta, a polícia faz uma operação na comunidade. Com o menor apreendido foi encontrado carregadores e munições de pistola calibre nove milímetros, mesmo calibre do disparo que matou o policial militar.
“A PM, naquele e em outros locais, aos poucos começa a agir de maneira capilarizada, começa a sedimentar as suas ações. Mas nós não vamos desistir desse projeto que está salvando vidas. Temos problemas sim, mas temos um plano visível e concreto para o Rio de Janeiro e vamos levar esse plano até o fim”, disse o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, durante visita à Favela da Chatuba, onde a polícia realiza outra operação.
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De acordo com o relações públicas da PM, coronel Frederico Caldas, o suspeito na Rocinha foi preso com informações dos próprios moradores. "Esse fato só nos dá mais força para a gente avançar nesse processo de pacificação. Lembrando que a Rocinha é certamente um dos maiores desafios em função do tamanho e da complexidade. Agora, a partir da semana que vem, com inauguração da UPP, a gente traz ainda a estabilidade para esta área.”Segundo Caldas, o momento na comunidade é melhor do que os meses logo após a ocupação da PM, em novembro do ano passado, e que os planos de instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) serão mantidos. “Tivemos momentos mais críticos, os primeiros seis meses, a partir da ocupação", explicou. "Diferentemente do que a gente teve no ano passado, a gente está em uma situação de estabilidade. Esse foi um fato que evidencia que a polícia estava presente, às 22h30, uma patrulha nossa, a pé, numa viela, num beco, protegendo as pessoas. E também mostra o tamanho do desafio. Vamos implementar a UPP na semana que vem com toda a força.”
"O Rio de Janeiro pode ter certeza que não haverá retrocesso nas comunidades pacificadas. O ataque de ontem na Rocinha é mais uma ação desesperada dos marginais", postou o governador.
Operação com cerca de 130 policiais
A PM realiza na manhã desta sexta uma operação com cerca de 130 policiais na Rocinha para tentar prender os suspeitos de envolvimento no assassinado. O soldado e mais três policiais entraram em uma localidade conhecida como Terreirão, onde foram surpreendidos por dois homens armados. Segundo a polícia, houve confronto e o soldado foi atingido no rosto. Ele foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde morreu. Os criminosos conseguiram fugir.
O comando de policiamento da Rocinha antecipou a entrada de PMs e manteve policiais que estavam de plantão. Com isso, o efetivo na comunidade está dobrado. Até as 9h não havia informação sobre presos nem apreensões, informou a polícia.
A Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios da Capital (DH/Capital) instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do crime.
A patrulha atacada na noite de quinta-feira faz parte da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que já foi instalada na comunidade, embora ainda não tenha sido inaugurada oficialmente. Desde o início dos trabalhos de pacificação, em novembro do ano passado, a Rocinha está ocupada por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq). A área deve receber a 19ª UPP do Rio de Janeiro ainda este ano.
Outras mortes
No dia 4 de abril, o policial Rodrigo Alves, de 33 anos, que também fazia parte do efetivo da Rocinha, foi morto a tiros durante um patrulhamento a pé na comunidade. Na época, Rodrigo também chegou a ser levado para o hospital, mas morreu.
No dia 23 de julho deste ano, a policial Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, morreu após levar um tiro de fuzil 762, em um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade de Nova Brasília, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte da cidade. Esta foi a primeira policial morta em serviço em uma comunidade com presença de uma UPP.
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