Ataque de pistoleiros a comunidade indígena do MS repercute no exterior
Há suspeitas que o cacique do grupo, Nísio Gomes, teria sido executado e seu corpo levado pelos pistoleiros.
O cacique da etnia kaiowá guarani, Nísio Gomes (centro), que teria sido executada nesta sexta-feira, em foto tirada há dois dias.
O ataque à comunidade indígena Tekoha Guaiviry, entre os municípios de Amambai e Ponta Porã (MS), da etnia Kaiowá Guarani, ocorrido nesta sexta-feira (18) já repercute internacionalmente.
O grupo de indígenas foi atacado por 40 pistoleiros munidos com armas de grosso calibre. A principal liderança do grupo, Nísio Gomes, 59, está desaparecido. Acredita-se que ele foi executado.
A ong Survival Internacional divulgou nota informando o ataque e dizendo que a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) já dirigiram ao local e o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul informou que já investiga o caso.
Segundo informações da Survival, pistoleiros cercaram Nísio Gomes e ordenaram que os membros de sua comunidade deitassem no chão.
Testemunhas afirmam que ele recebeu tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. O corpo de Nisio, de 59 anos, foi então levado embora.
“Acredita-se que ele era o alvo principal deste ataque, embora hajam relatos não-confirmados de crianças terem sido raptadas e do assassinato de uma mulher. Nísio Gomes era líder de um grupo de índios Guarani, 60 dos quais haviam retornado a uma parte de sua terra ancestral no início de novembro, após terem sido expulsos por fazendeiros pecuaristas”, diz a Survival.
O diretor da ong, Stephen Corry, deu a seguinte declaração: “Parece que os fazendeiros não estarão satisfeitos até matarem todos os Guarani. Este nível de violência contínua era comum no passado e resultou na extinção de milhares de grupos e sociedades indígenas. É uma absoluta vergonha que o governo brasileiro permita que esta violência continue nos dias atuais”.
MPF
O Ministério Público Federal em Ponta Porã investiga o ataque de homens armados contra a comunidade indígena Guaviry, conforme informações no site do órgão.
Segundo o MPF/MS, a Polícia Federal confirmou o desaparecimento do cacique que, segundo testemunhas, teria sido levado pelos pistoleiros.
Os índios dizem que há outros desaparecidos, entre eles uma mulher e uma criança, mas isso não foi confirmado, pois a comunidade se dispersou na mata. Dos cerca de 60 integrantes da comunidade, somente dez foram contatados pelos investigadores.
A perícia policial confirmou presença de sangue humano no local onde o cacique teria levado os tiros, segundo os índios. Também comprovou-se que o corpo foi arrastado.
Cimi
O ataque ao grupo de indígenas e o possível assassinato de Nísio Gomes repercutiu nas mídias sociais desde a manhã desta sexta-feira. Indígenas e indigenistas replicaram relatos de testemunhas que conhecem a área e a família de Nísio.
Em seu site, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) disse que, por enquanto, as informações são preliminares e transmitidas por integrantes da comunidade.
“Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12”, disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança, segundo o CIMI.
Conforme a nota do Cimi, desde o dia 1º deste mês os indígenas ocupam um pedaço de terra entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá.
A comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual antes da ocupação do pedaço de terra no tekoha Kaiowá. O acampamento atacado fica na estrada entre os municípios de Amambai e Ponta Porã, perto da fronteira entre Brasil e Paraguai.
Segundo recente publicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre a violência praticada contra os povos indígenas do MS nos últimos oito anos, no estado está concentrada a maior quantidade de acampamentos indígenas do País, 31 - há dois anos, em 2009, eram 22.
São mais de 1200 famílias vivendo em condições degradantes à beira de rodovias ou sitiadas em fazendas e expostas a violências diversas.
Atualmente, 98% da população originária do estado vivem efetivamente em menos de 75 mil hectares, ou seja, 0,2% do território estadual.
Há suspeitas que o cacique do grupo, Nísio Gomes, teria sido executado e seu corpo levado pelos pistoleiros.
O cacique da etnia kaiowá guarani, Nísio Gomes (centro), que teria sido executada nesta sexta-feira, em foto tirada há dois dias.
O ataque à comunidade indígena Tekoha Guaiviry, entre os municípios de Amambai e Ponta Porã (MS), da etnia Kaiowá Guarani, ocorrido nesta sexta-feira (18) já repercute internacionalmente.
O grupo de indígenas foi atacado por 40 pistoleiros munidos com armas de grosso calibre. A principal liderança do grupo, Nísio Gomes, 59, está desaparecido. Acredita-se que ele foi executado.
A ong Survival Internacional divulgou nota informando o ataque e dizendo que a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) já dirigiram ao local e o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul informou que já investiga o caso.
Segundo informações da Survival, pistoleiros cercaram Nísio Gomes e ordenaram que os membros de sua comunidade deitassem no chão.
Testemunhas afirmam que ele recebeu tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. O corpo de Nisio, de 59 anos, foi então levado embora.
“Acredita-se que ele era o alvo principal deste ataque, embora hajam relatos não-confirmados de crianças terem sido raptadas e do assassinato de uma mulher. Nísio Gomes era líder de um grupo de índios Guarani, 60 dos quais haviam retornado a uma parte de sua terra ancestral no início de novembro, após terem sido expulsos por fazendeiros pecuaristas”, diz a Survival.
O diretor da ong, Stephen Corry, deu a seguinte declaração: “Parece que os fazendeiros não estarão satisfeitos até matarem todos os Guarani. Este nível de violência contínua era comum no passado e resultou na extinção de milhares de grupos e sociedades indígenas. É uma absoluta vergonha que o governo brasileiro permita que esta violência continue nos dias atuais”.
MPF
O Ministério Público Federal em Ponta Porã investiga o ataque de homens armados contra a comunidade indígena Guaviry, conforme informações no site do órgão.
Segundo o MPF/MS, a Polícia Federal confirmou o desaparecimento do cacique que, segundo testemunhas, teria sido levado pelos pistoleiros.
Os índios dizem que há outros desaparecidos, entre eles uma mulher e uma criança, mas isso não foi confirmado, pois a comunidade se dispersou na mata. Dos cerca de 60 integrantes da comunidade, somente dez foram contatados pelos investigadores.
A perícia policial confirmou presença de sangue humano no local onde o cacique teria levado os tiros, segundo os índios. Também comprovou-se que o corpo foi arrastado.
Cimi
O ataque ao grupo de indígenas e o possível assassinato de Nísio Gomes repercutiu nas mídias sociais desde a manhã desta sexta-feira. Indígenas e indigenistas replicaram relatos de testemunhas que conhecem a área e a família de Nísio.
Em seu site, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) disse que, por enquanto, as informações são preliminares e transmitidas por integrantes da comunidade.
“Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12”, disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança, segundo o CIMI.
Conforme a nota do Cimi, desde o dia 1º deste mês os indígenas ocupam um pedaço de terra entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá.
A comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual antes da ocupação do pedaço de terra no tekoha Kaiowá. O acampamento atacado fica na estrada entre os municípios de Amambai e Ponta Porã, perto da fronteira entre Brasil e Paraguai.
Segundo recente publicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre a violência praticada contra os povos indígenas do MS nos últimos oito anos, no estado está concentrada a maior quantidade de acampamentos indígenas do País, 31 - há dois anos, em 2009, eram 22.
São mais de 1200 famílias vivendo em condições degradantes à beira de rodovias ou sitiadas em fazendas e expostas a violências diversas.
Atualmente, 98% da população originária do estado vivem efetivamente em menos de 75 mil hectares, ou seja, 0,2% do território estadual.
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