A senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse nesta quinta-feira (3) que abriu mão da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Marta falou ao lado do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do presidente do partido em São Paulo, Antonio Donato.
"Tive muitas conversas com a presidente, reservadas. O pedido deles é um pedido irrecusável e eu gosto de estar no Senado. (...) Sabia que se entrasse para disputar as prévias, ganhando ou perdendo, todos perderiam", afirmou Marta.
A senadora Marta Suplicy (PT) durante pronunciamento em que anunciou retirada da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)Na terça-feira, a secretária de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, afirmou que a presidente Dilma Rousseff pediu que Marta não concorresse nas prévias. O argumento seria que Marta é essencial para o governo no Senado, como vice-presidente da Casa.
Segundo o Planalto, o pedido de Dilma foi feito em uma conversa reservada de Dilma com Marta no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na noite de segunda-feira (31), pouco antes de a presidente realizar uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava internado para tratamento contra um câncer no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Assim como Dilma, de acordo com Marta, o ex-presidente Lula também pediu que ela desistisse das prévias. "Fiquei muito sensibilizada com o apelo da presidenta Dilma e do presidente Lula e por isso quero dizer que estou me retirando da disputa de 2012 e vou continuar no Senado, no cargo de vice-presidente."
Segundo Marta, um pedido da presidente Dilma e do presidente Lula é "algo irrecusável."
Marta afirmou ter ligado para Lula nesta manhã para dar a notícia. "Eu conversei hoje [quinta] de manhã. Liguei para ele. Ele está ótimo. Falei que era a primeira pessoa para quem eu gostaria de dar a notícia. Ele falou que não aguenta mais ficar em casa e semana que vem vou para o Instituto (Cidadania). Falei que ia visitar e ele falou vamos marcar um almoço."
Marta era uma das pré-candidatas do PT à Prefeitura de São Paulo, ao lado o ministro da Educação, Fernando Haddad, apoiado por Lula, o senador Eduardo Suplicy, além dos deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Os quatro se mantém na disputa.
As prévias do PT estão marcadas para o dia 27 de novembro. Até a próxima segunda-feira (7), os cinco pré-candidatos precisam coletar, no mínimo, 3.181 assinaturas de filiados para poderem garantir a disputa nas prévias.
Marta não quis se manifestar desde já sobre seu eventual apoio aos outros pré-candidatos. "Nós estamos em um processo e esse processo não está terminado."
Questionada se sua candidatura perdeu força dentro do PT, Marta afirmou se retirar para prevenir o desgaste da legenda em caso de realização de prévias.
"Sinto que as lideranças importantes passaram a apoiar Haddad. Mas nunca senti em nenhum dos encontros zonais nada que não fosse um imenso carinho por parte da militância. Uma prévia é algo muito difícil principalmente para uma pessoa como eu que sou muito combativa e aguerrida e que vai na jugular. Na hora em que se entra em uma prévia, seria muito ruim para o partido porque a gente sairia - não importa quem ganhasse essa prévia - com o partido absolutamente rachado, sem unidade, impossibilitado de ganhar uma eleição. O pedido da presidente e do ex-presidente, a situação toda, não tem que ir para esse enfrentamento porque ia estraçalhar a nossa militância. Isso não teria nenhum sentido."
Marta, que chegou a dizer que se o PT pretendia perder em São Paulo bastava lançar Haddad, disse que não se arrepende da frase. "Não me arrependo nada. A frase era perfeita no momento em que eu disse. Eu estava em um embate. O Lula é uma pessoa que quando decide algo, não vai por uma avenida só. Ele sempre deixa brechas. Eu estava no embate para que fosse eu, para que ele desistisse da ideia. Agora não serei mais candidata. Essa frase, vira essa página", afirmou.
A senadora prometeu que, apesar da frase, vai se empenhar por Haddad, caso seja ele o escolhido. "Eu sou uma pessoa combativa. Eu tentei ser o mais 'light' possível, mas mesmo assim saiu essa frase. Vamos suar a camisa para quem for indicado no partido. Tudo indica que vai ser o Haddad. A candidatura que o PT escolher é a candidatura que eu vou me esforçar para levar lá", afirmou.
Planalto
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, classificou nesta quinta-feira a desistência da senadora Marta Suplicy de concorrer à prefeitura de São Paulo como um “gesto de muita maturidade”.
“Marta foi uma grande prefeita. Teve um gesto de muita maturidade neste momento e ela é, sem dúvida, uma eleitora importante em São Paulo e pelo país afora. Então sabemos o quanto é importante a presença da Marta na campanha”, disse.
Carvalho negou, porém, que haja negociações para que a senadora assuma um ministério no ano que vem. “Não tem discussão. Quem escala ministério chama-se Dilma Rousseff”, declarou.
Gilberto Carvalho saiu em defesa do principal nome petista para a prefeitura, Fernando Haddad. Para Carvalho, a anulação de 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não coloca em xeque a “competência” de Haddad à frente do MEC (Ministério da Educação).
“O Enem não atrapalha, nada desfaz a extrema competência que o Fernando Haddad e a sua equipe tem gerido o MEC nos últimos anos”, disse. “Não podemos permitir que um incidente, que infelizmente se deveu a má intenção de uma pessoa, atrapalhe um exame que é um sucesso no conjunto do país, então temos que encarar as coisas na devida proporção.”
Suplicy
Mesmo com a movimentação para um consenso dentro do PT paulista para apoiar a candidatura de Haddad, o senador Eduardo Suplicy afirmou na tarde desta quinta-feira que considera "legítimo" manter sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo.
"Eles reconhecem as qualidades do Haddad, mas acho legítimo também que eu seja candidato e possa defender minhas ideias", afirmou o senador ao G1.
"Ela [Marta] sempre disse que está muito feliz com seu trabalho aqui no Senado, assim como eu estou. Mas o apelo pessoal feito pela presidente [para Marta], é claro que pesou. O fato é que eu não recebi apelo", disse o senador.
"Tive muitas conversas com a presidente, reservadas. O pedido deles é um pedido irrecusável e eu gosto de estar no Senado. (...) Sabia que se entrasse para disputar as prévias, ganhando ou perdendo, todos perderiam", afirmou Marta.
A senadora Marta Suplicy (PT) durante pronunciamento em que anunciou retirada da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)Na terça-feira, a secretária de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, afirmou que a presidente Dilma Rousseff pediu que Marta não concorresse nas prévias. O argumento seria que Marta é essencial para o governo no Senado, como vice-presidente da Casa.
Segundo o Planalto, o pedido de Dilma foi feito em uma conversa reservada de Dilma com Marta no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na noite de segunda-feira (31), pouco antes de a presidente realizar uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava internado para tratamento contra um câncer no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Assim como Dilma, de acordo com Marta, o ex-presidente Lula também pediu que ela desistisse das prévias. "Fiquei muito sensibilizada com o apelo da presidenta Dilma e do presidente Lula e por isso quero dizer que estou me retirando da disputa de 2012 e vou continuar no Senado, no cargo de vice-presidente."
Segundo Marta, um pedido da presidente Dilma e do presidente Lula é "algo irrecusável."
Marta afirmou ter ligado para Lula nesta manhã para dar a notícia. "Eu conversei hoje [quinta] de manhã. Liguei para ele. Ele está ótimo. Falei que era a primeira pessoa para quem eu gostaria de dar a notícia. Ele falou que não aguenta mais ficar em casa e semana que vem vou para o Instituto (Cidadania). Falei que ia visitar e ele falou vamos marcar um almoço."
Marta era uma das pré-candidatas do PT à Prefeitura de São Paulo, ao lado o ministro da Educação, Fernando Haddad, apoiado por Lula, o senador Eduardo Suplicy, além dos deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Os quatro se mantém na disputa.
As prévias do PT estão marcadas para o dia 27 de novembro. Até a próxima segunda-feira (7), os cinco pré-candidatos precisam coletar, no mínimo, 3.181 assinaturas de filiados para poderem garantir a disputa nas prévias.
Marta não quis se manifestar desde já sobre seu eventual apoio aos outros pré-candidatos. "Nós estamos em um processo e esse processo não está terminado."
Questionada se sua candidatura perdeu força dentro do PT, Marta afirmou se retirar para prevenir o desgaste da legenda em caso de realização de prévias.
"Sinto que as lideranças importantes passaram a apoiar Haddad. Mas nunca senti em nenhum dos encontros zonais nada que não fosse um imenso carinho por parte da militância. Uma prévia é algo muito difícil principalmente para uma pessoa como eu que sou muito combativa e aguerrida e que vai na jugular. Na hora em que se entra em uma prévia, seria muito ruim para o partido porque a gente sairia - não importa quem ganhasse essa prévia - com o partido absolutamente rachado, sem unidade, impossibilitado de ganhar uma eleição. O pedido da presidente e do ex-presidente, a situação toda, não tem que ir para esse enfrentamento porque ia estraçalhar a nossa militância. Isso não teria nenhum sentido."
Marta, que chegou a dizer que se o PT pretendia perder em São Paulo bastava lançar Haddad, disse que não se arrepende da frase. "Não me arrependo nada. A frase era perfeita no momento em que eu disse. Eu estava em um embate. O Lula é uma pessoa que quando decide algo, não vai por uma avenida só. Ele sempre deixa brechas. Eu estava no embate para que fosse eu, para que ele desistisse da ideia. Agora não serei mais candidata. Essa frase, vira essa página", afirmou.
A senadora prometeu que, apesar da frase, vai se empenhar por Haddad, caso seja ele o escolhido. "Eu sou uma pessoa combativa. Eu tentei ser o mais 'light' possível, mas mesmo assim saiu essa frase. Vamos suar a camisa para quem for indicado no partido. Tudo indica que vai ser o Haddad. A candidatura que o PT escolher é a candidatura que eu vou me esforçar para levar lá", afirmou.
Planalto
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, classificou nesta quinta-feira a desistência da senadora Marta Suplicy de concorrer à prefeitura de São Paulo como um “gesto de muita maturidade”.
“Marta foi uma grande prefeita. Teve um gesto de muita maturidade neste momento e ela é, sem dúvida, uma eleitora importante em São Paulo e pelo país afora. Então sabemos o quanto é importante a presença da Marta na campanha”, disse.
Carvalho negou, porém, que haja negociações para que a senadora assuma um ministério no ano que vem. “Não tem discussão. Quem escala ministério chama-se Dilma Rousseff”, declarou.
Gilberto Carvalho saiu em defesa do principal nome petista para a prefeitura, Fernando Haddad. Para Carvalho, a anulação de 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não coloca em xeque a “competência” de Haddad à frente do MEC (Ministério da Educação).
“O Enem não atrapalha, nada desfaz a extrema competência que o Fernando Haddad e a sua equipe tem gerido o MEC nos últimos anos”, disse. “Não podemos permitir que um incidente, que infelizmente se deveu a má intenção de uma pessoa, atrapalhe um exame que é um sucesso no conjunto do país, então temos que encarar as coisas na devida proporção.”
Suplicy
Mesmo com a movimentação para um consenso dentro do PT paulista para apoiar a candidatura de Haddad, o senador Eduardo Suplicy afirmou na tarde desta quinta-feira que considera "legítimo" manter sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo.
"Eles reconhecem as qualidades do Haddad, mas acho legítimo também que eu seja candidato e possa defender minhas ideias", afirmou o senador ao G1.
"Ela [Marta] sempre disse que está muito feliz com seu trabalho aqui no Senado, assim como eu estou. Mas o apelo pessoal feito pela presidente [para Marta], é claro que pesou. O fato é que eu não recebi apelo", disse o senador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário