Bispos de todo o mundo estão reunidos no Vaticano.
Os encontros terminarão no dia 19 de outubro.
Papa
Francisco chega nesta terça-feira (7) à reunião do sínodo com bispos de
todo o mundo realizada no Vaticano (Foto: AP Photo/Alessandra
Tarantino)
O Papa Francisco pediu nesta terça-feira (7) que os cardeais e bispos de todo o mundo, reunidos no Vaticano
para o sínodo, discutam formas de aproximar aos católicos a linguagem
da Igreja sobre temas relacionados à família, como casamento, divórcio,
homossexualidade e sexo.
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A 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a
Família começou neste domingo. Os encontros terminarão no dia 19 de
outubro, com a beatificação do papa Paulo VI.Tom Rosica, porta-voz do Vaticano, afirmou que muitos bispos concordam de que a Igreja tem que encontrar uma “nova linguagem” para explicar sua doutrina e convidar as pessoas a segui-la. Os padres não colocaram a doutrina da Igreja em discussão, mas discute-se "o discernimento espiritual para a aplicação de tal doutrina perante os desafios da família contemporânea", diz o Vaticano.
“Expressões como ‘viver em pecado’, ‘intrinsecamente desordenados’ ou ‘mentalidade contraceptiva’ não necessariamente convidam as pessoas a se aproximar de Cristo e da Igreja”, disse o porta-voz, citando uma intervenção realizada na reunião. O Vaticano não divulga de quem é cada uma das opiniões expressadas.
Para dar uma noção do que famílias católicas passam, o Vaticano convidou alguns casais para dar seus depoimentos.
Ron e Mavis Pirola, pais de quatro filhos, disseram aos bispos que a atração sexual foi o que os uniu e o que os ajudou a se manter casados por 55 anos. O casal também contou que lidam bem com seu filho gay e disseram que os documentos da Igreja sobre família não são muito “relevantes” para as suas experiências.
Sexo no casamento
"É preciso mostrar mais os valores atrativos e menos as proibições; mais a propostas que a normas", disse outro bispo, segundo o Vaticano.
Outro dos temas abordado por um dos participantes foi o de "valorar a sexualidade no casamento", pois considerou que "se falou tanto, de maneira crítica, da sexualidade fora do casamento que a sexualidade conjugal parece quase a concessão a uma imperfeição".
Em outra reflexão, um bispo pediu mais exigências com os requisitos pedidos aos casais para se casar, pois os casamentos são feitos com facilidade e, depois, são rompidos ou entrem em crise, segundo ele.
Um bispo da África também expôs o problema da poligamia na região. Para ele, nestes casos é necessário "ressaltar a fidelidade e o caráter indissolúvel do casamento" e para isso dar ajuda através de grupos de apoio ou comunidades.
Por enquanto, tudo indica que entre os padres sinodais não é questionado "que o casamento é indissolúvel", embora, como disse um bispo, é preciso levar em conta que já no Novo Testamento se falava de várias experiências de casamentos em dificuldade.
"O casamento é e continuará sendo um sacramento indissolúvel, (...) mas embora seja importante manter os princípios, também é preciso mudar as formas concretas de sua atuação", opinou outro bispo.
Imagem
divulgada pelo Vaticano mostra o Papa Francisco presidindo o sínodo
extraordinário com cerca de 200 bispos no Vaticano nesta segunda-feira
(6) (Foto: AFP PHOTO / OSSERVATORE ROMANO)
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