domingo, 20 de dezembro de 2015

NÃO SE PODE ABRAÇAR O MUNDO COM AS PERNAS. A AMBIÇÃO PELA AUDIÊNCIA CAUSA CRISE FINANCEIRA NA RECORD

Em 2015, Record teve audiência histórica e demissão em massa; relembre

Do UOL, em São Paulo
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Grandes investimentos, contratações e uma audiência em alta marcaram o ano da Record. Em 2015, a vice-líder tirou Xuxa da Globo, chamou o Gugu de volta e apostou alto na primeira novela bíblica do Brasil, "Os Dez Mandamentos".
Recebida com tapete vermelho e uma reunião de fãs, Xuxa Meneghel assinou contrato com a Record em um evento badalado, televisionado ao vivo, na sede da emissora em São Paulo. Já Gugu, voltou ao ar com um programa exibido três vezes por semana e entrevistas bombásticas feitas dentro de presídios, com criminosos populares como Suzane Richthofen e o goleiro Bruno, provocando mudanças nas programações dos outros canais, como foram os casos de Ratinho (SBT) e Luciana Gimenez (RedeTV!).
O grande trunfo do ano, no entanto, não veio com Gugu e tampouco com a ex-global Xuxa, mas de onde nem mesmo a emissora do bispo Edir Macedo acreditava: com a novela "Os Dez Mandamentos". Superando a audiência do "Jornal Nacional" e da novela "A Regra do Jogo", a Record se viu prorrogando o capítulo final de seu maior sucesso em anos e, numa decisão tomada sem muito planejamento, resolveu fazer uma nova temporada da trama bíblica, além de um filme que será lançado no início de 2016.
Novas contratações, novidades na programação, teledramaturgia em alta... Seria tudo ótimo, não fosse um corte de 500 funcionários e a terceirização de vários setores. A seguir, o UOL relembra o ano "abençoado" da Record, mas também de pecados, quem sabe, imperdoáveis:

O ano da Record: acertos e erros

FotoRioNews
FotoRioNews

A Xuxa é nossa

O acerto de Xuxa com a Record mexeu com os bastidores da TV, mobilizando profissionais para que a uma equipe de produção fosse formada e um programa do zero idealizado. Os valores da negociação não foram revelados, mas especula-se que ela tenha sido contratada para receber R$ 1 milhão de salário, mais participação em merchandisings e faturamento comercial de seus programas. A expectativa do público para ver a apresentadora que se consagrou na Globo fez com que o programa de estreia alcançasse 10 pontos, mas os números caíram nas semanas seguintes e a pressão por melhores resultados aumentou - mesmo assim, a repercussão do programa foi tão grande que até Silvio Santos, no Teleton, alfinetou o figurino da apresentadora, que passou a se vestir de terninho e calça comprida.
Reprodução/Record
Reprodução/Record

Gugu, o retorno

Após dois anos afastado da TV, Gugu retornou para a mesma emissora de onde saiu em um processo polêmico, com rescisão contratual e transferência do helicóptero Águia Dourada ao apresentador como parte do pagamento da multa. Desta vez, o acordo feito foi totalmente diferente. Seu programa, que desde os tempos de "Domingo Legal", no SBT, era apresentado aos domingos, passou a ir ao ar três vezes por semana e em esquema de temporada. Como parte das mudanças, passou a ser apresentado e produzido pela produtora do apresentador, a GGP. Realizou uma edição comemorativa da banheira do Gugu, que fez sucesso na década de 90, fez entrevistas de bastante repercussão, como por exemplo com criminosos condenados como Suzane Richthofen e o goleiro Bruno, e garantiu a sua volta para o ano que vem.
Divulgação
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Conversão lucrativa: Andressa Urach

Depois de passar por problemas sérios de saúde, causados por uma grave infecção pelo uso de hidrogel no corpo, Andressa Urach atribuiu sua recuperação a um milagre e, agora evangélica, passou a frequentar os cultos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Desligou-se da RedeTV! e foi contratada pela Record, recebendo o apoio da emissora e da IURD para o lançamento de sua biografia "Morri pra Viver", que vendeu em um mês 400 mil exemplares em um mês. Conclusão: acumulou duas funções, de repórter do programa "Domingo Show" e de garota propaganda da igreja do bispo Edir Macedo.
Divulgação/Record
Divulgação/Record

Não é blockbuster, é "Os Dez Mandamentos"

Com dificuldade para emplacar suas últimas novelas, a Record estreou "Os Dez Mandamentos" - uma superprodução, com investimento de R$ 700 mil por capítulo que incluiu gastos com efeitos especiais em parceria com Hollywood. Dividida em quatro fases, a trama baseada na história do líder hebreu Moisés cresceu na audiência ao mostrar as 10 pragas enviadas por Deus aos egípcios e atingiu o ápice com a cena épica da abertura do Mar Vermelho. A Globo tentou segurar a concorrência, mas viu seu principal jornal e novela sofrerem para manterem a liderança no horário.
Antônio Chahestian/Divulgação
Antônio Chahestian/Divulgação

Falta de planejamento

Diante do sucesso de "Os Dez Mandamentos", a emissora não só espichou a novela, correndo o risco de cansar o telespectador, como mudou a data de estreia daquela que seria a trama substituta, "Escrava Mãe". Entendeu que, para não perder o público que conquistou, deveria dedicar o horário exclusivamente para novelas bíblicas, nem que isso significasse falta de compromisso com o elenco e produção de uma novela que já estavam com seus trabalhos adiantados. Além da continuação da saga de Moisés, que se dará em "Terra Prometida", como já estava prevista, resolveu-se de última hora que deveria ser criada uma obra de 60 capítulos, definida como a segunda temporada de "Os Dez Mandamentos", que fizesse a ponte entre as duas histórias.
Reprodução/TV Record
Reprodução/TV Record

Demissão em massa

No mesmo dia em que exibiu o último capítulo de "Os Dez Mandamentos", a emissora demitiu mais de 500 profissionais. Todos eles trabalhavam diretamente nos estúdios do Recnov, em Vargem Grande, no Rio de Janeiro, local onde ficava a cidade cenográfica da novela bíblica e onde o programa "Xuxa Meneghel" é gravado.
Reprodução
Reprodução

Terceirização

Os desligamentos dos funcionários têm relação direta com o processo de terceirização iniciado pela Record. Alguns foram dispensados, entre eles a produção da Xuxa, para que sejam contratados pela produtora Casablanca em um mês com contratos como pessoa jurídica e redução salarial de 20%. A emissora também arrendou os estúdios do Recnov por cinco anos para a produtora, que será responsável pelo setor de teledramaturgia. A produção de "A Fazenda" deste ano já foi realizada por uma produtora terceirizada, assim como outros programas da linha de shows. E, por último, até mesmo o Jornalismo, em vários dos seus setores, foi vítima de igual procedimento, deixando para a responsabilidade da casa só "o que se considerar como absolutamente essencial".

sábado, 19 de dezembro de 2015

ESTE CUNHA TEM MUITO PODER, OU TODA CÚPULA DO NOSSO CONGRESSO NACIONAL TEM O RABO PRESO? O QUE VOCÊ ACHA? PORQUE É "BOMBA" SOBRE "BOMBA", E ESTE HOMEM RESISTE TUDO ELE SÓ PODE ESTÁ SEGURO DE ALGUMA COISA.

Em mensagem, Cunha cita repasse de R$ 5 milhões a Michel Temer

Pedro Ladeira/Folhapress
O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, participam do congresso do PMDB em Brasília (DF)
O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha,em evento do PMDB
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reuniu indícios de que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), recebeu R$ 5 milhões do dono da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Leo Pinheiro, um dos empreiteiros condenados em decorrência do escândalo da Petrobras.
A informação sobre o suposto pagamento a Temer está em uma das manifestações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que fundamentou as buscas da Operação Catilinárias, deflagrada na última terça-feira (15).
A menção ao pagamento está em uma troca de mensagens entre Pinheiro e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que o deputado reclama que o empreiteiro pagou a Temer e deixou "inadvertidamente adiado" o repasse a outros líderes peemedebistas.
"Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a 'turma'", afirmou Janot, conforme a reprodução feita no documento assinado por Teori.
Na sequência da troca de mensagens, via Whatsapp, Pinheiro pediu a Cunha "cuidado com a análise para não mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos".
A conversa estava armazenada no celular do dono da OAS, apreendido em 2014.
Em resposta à Folha, o vice-presidente enviou extrato de cinco doações da OAS ao PMDB declaradas à Justiça Eleitoral entre maio e setembro de 2014, totalizando valor semelhante ao citado por Pinheiro, ou R$ 5,2 milhões (leia abaixo).
A troca de mensagens entre Cunha e o empreiteiro, contudo, indica que os R$ 5 milhões foram repassados de uma só vez.
As circunstâncias do pagamento –se foi doação oficial ao partido, caixa dois ou propina –e a data da troca de mensagens são mantidas em segredo pela PGR.
No documento que está nos autos da Cantilinárias, que corre em segredo de Justiça, Cunha é descrito como uma espécie de despachante dos interesses da OAS junto ao governo federal, a bancos estatais e a fundos de pensão, mantendo uma relação estreita com Pinheiro, à época o principal executivo da empreiteira.
O documento não diz expressamente que o suposto pagamento de R$ 5 milhões a Temer era propina, mas a menção ao vice-presidente aparece em um contexto geral de pagamento de suborno a peemedebistas.
Em trecho adiante, quando menciona uma operação financeira de compra de títulos lançados pela OAS por bancos públicos, a Procuradoria aponta ingerência de Cunha para favorecer a empreiteira, "mediante o pagamento de vantagem indevida aos responsáveis pelas indicações políticas, inclusive mediante doações oficiais".
A Folha apurou que membros da PGR consideram suspeita a citação aos R$ 5 milhões por Cunha e avaliam haver indícios de ser propina.
'A TURMA'
A Catilinárias atingiu a cúpula do PMDB nesta semana com policiais federais fazendo buscas nas casas de Cunha e de aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), entre outros.
Na interpretação do procurador-geral da República, a "turma" mencionada por Cunha incluía alguns expoentes do PMDB da Câmara, como Henrique Alves, que já presidiu a Casa e hoje é ministro, e o ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA).
Geddel foi derrotado na disputa baiana para o Senado em 2014. Foi substituído na Câmara por seu irmão Lúcio Vieira Lima –hoje, um dos mais próximos aliados de Temer e um dos vetores da bancada peemedebista favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.
Alves, ministro do Turismo, também foi alvo das buscas da Polícia Federal na última terça (15).
Preso preventivamente em 2014, Pinheiro foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão em primeira instância, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Cabe ainda recurso à decisão judicial.
OUTRO LADO
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), negou nesta sexta-feira (18) ter se beneficiado com o recebimento de qualquer recurso de origem ilícita.
Segundo sua assessoria de imprensa, o diretório nacional do PMDB recebeu, em 2014, um montante total de R$ 5,2 milhões da construtora OAS.
O valor é parecido ao citado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e reproduzido pelo ministro do Supremo Teori Zavascki na manifestação que embasou a Operação Catilinárias.
A assessoria do vice-presidente destacou que o montante foi declarado nas prestações de contas do partido enviadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e não houve nenhuma ilegalidade na operação.
"Não há nenhum problema em relação a isso e tudo ocorreu com absoluta transparência", diz a assessoria de imprensa.
As doações foram feitas em cinco parcelas pagas entre os meses de maio e setembro de 2014, conforme documento enviado pela assessoria do vice-presidente.
Procurado pela reportagem, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não quis se manifestar. A Folha não conseguiu falar com os advogados dele.
A defesa de Leo Pinheiro também não quis fazer comentários.
Questionado sobre a referência a seu nome como parte da "turma" do PMDB para a qual teriam sido cobrados pagamentos de Leo Pinheiro, o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) se limitou a dizer que "a OAS foi uma das colaboradoras oficiais da campanha do PMDB em 2014".
Outro citado, o ex-ministro e ex-deputado Geddel Vieira Lima disse que nunca precisou de Eduardo Cunha "ou quem quer que fosse" para intermediar doações de campanha" para ele.
"Sempre mantive relação com o empresariado baiano. O Leo Pinheiro, como o Marcelo Odebrecht, são meus amigos. Não ia precisar de intermediário", disse Geddel, que disputou o Senado pela Bahia em 2014.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) se recusou a fazer comentários sobre as mensagens que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trocou com Pinheiro.
A procuradoria também não respondeu se abriu ou não inquérito contra Michel Temer em razão da citação de seu nome na conversa entre o empreiteiro e o presidente da Câmara.
A assessoria de Janot afirma que ele não vai se manifestar porque os autos da Operação Catilinárias correm em segredo de Justiça.

TODAS AS EMISSORAS DO PAIS DEVERIAM ENTRAR NESSE PROCESSO. ESSE CUNHA, NÃO PRESTA