quinta-feira, 2 de junho de 2011

Obras na Estátua de Padre Cícero iniciam próxima semana




São milhares de nomes e escritos no entorno da estátua, até onde se pode alcançar. Os devotos esquecem da preservação do monumento e querem deixar um autógrafo


A pintura do monumento já está gasta e descascada em vários pontos. 3 - O chapéu está danificado em uma parte da aba


Depois de 42 anos construída, a estátua do Padre Cícero, instalada na Colina do Horto, tem dado sinais de deterioração pela ação do tempo, mas também pela falta de cuidado por parte dos visitantes
Prefeitura de Juazeiro e Ordem dos Salesianos financiam com R$ 80 mil parte da recuperação da estátua do Horto

Juazeiro do Norte Cem anos e de cara renovada. É assim que a estátua do "Padim", no alto do Horto, deverá estar na comemoração do centenário de Juazeiro do Norte, em 22 de julho. Na próxima semana, começa a recuperação da estátua, que se encontra com algumas rachaduras superficiais. O chapéu está danificado em uma parte da aba. Será priorizada a parte externa da estátua, no momento, para que até o mês das comemorações, o monumento esteja pronto. Os custos somente da reforma da estátua estão avaliados em R$ 80 mil, sendo 50% da Prefeitura de Juazeiro e a outra metade vinda da administração da Colina do Horto, feita pelos padres Salesianos.

O padre José Venturelli, administrador do Horto, afirma que há 5 anos foi ao Governo Federal solicitar verbas para a reforma da estátua. Uma verba do Ministério da Cultura seria destinada para o projeto de reforma, no valor de R$ 165 mil, acima até do previsto pelo padre para as reformas. Esse valor foi repassado para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, conforme o padre, houve problema para a liberação, já que deveria fazer outros trabalhos no entorno.

Segundo ele, tem muita coisa para mexer no entono da estátua e, com o tombamento, isso não seria possível. Ele afirma que o processo de tombamento é muito burocrático e se encontra parado. A verba que seria destinada para a reforma, afirma, deve ter sido contingenciada. Daí a não liberação.

Ontem, os andaimes já estavam sendo levados para o local para serem montados. Conforme o padre, de início, serão liberados R$ 10 mil. Ele disse que o deputado estadual Neto Nunes se comprometeu em influir na verba orçamentária, com mais R$ 80 mil. Porém, não há previsão de quando esse valor possa chegar. Depois de 42 anos construída, a estátua tem dado sinais da ação do tempo. Há mais de um ano, houve a necessidade de uma melhoria num dos dedos da mão. Foi apenas um paliativo. Conforme o padre, agora será feito um serviço definitivo. Na praça, no entorno da estátua, serão realizados principalmente serviços relacionados a aterros, de até 6 metros. Com as chuvas, o local chegou a baixar um pouco. Em um dos muros, na área do aterro, será retirada a pedra portuguesa. Um levantamento fotográfico minucioso será feito, para repor o material da mesma forma.

Ele disse que, depois de todo o trabalho de reforma, considera-se a possibilidade de abertura da estátua, o que irá propiciar mais ventilação interna, além de permitir a colocação de um livro para colher a assinatura dos visitantes e urnas de vidro para os bilhetes deixados com os pedidos, orações e mensagens dos romeiros. Com isso, poderá se evitar que as pessoas rabisquem a imagem. São milhares de nomes e escritos no entorno da estátua, até onde se pode alcançar. Serão pequenas portas e janelas. De acordo com o padre Venturelli, é uma forma também das pessoas aproveitarem a vista da parte interna da estátua, de ferro e concreto.

Todo o material colhido com as assinaturas e os bilhetes serão documentados pela administração. Também serão colocados avisos solicitando as pessoas que não rabisquem o monumento. Esse mesmo trabalho tem sido realizado na Igreja Bom Jesus do Horto, e tem funcionado, de acordo com a administração dos Salesianos.

Pesquisa

A revisão da estátua foi sugerida pela engenheira Romisa Montenegro, filha do engenheiro responsável pela obra da estátua, Rômulo Montenegro. Ele realizou o projeto das lojinhas e praças durante a revitalização do Horto. Estudos foram feitos antes dos trabalhos. Um deles, dos alunos do Ifet, para saber os pontos fracos que ameaçam a sustentabilidade da obra. O trabalho faz parte de uma pesquisa científica. A próxima etapa será o uso de agentes químicos para verificar a qualidade do cimento e do ferro.

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