quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Alfredo Nascimento anuncia rompimento com o Planalto. O jogo da política é muito sujo o Alfredo roubou o que pode nos transportes, depois faz brigas



São Paulo - As bancadas do PR no Senado e na Câmara dos Deputados oficializaram ontem sua posição de independência em relação ao governo Dilma Rousseff. O anúncio foi feito diretamente da tribuna do Senado pelo ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que foi demitido pela presidente em meio à denúncias de irregularidades na pasta.

"Foram ouvidos 39 dos 41 integrantes da bancada e os sete senadores. Noventa por cento deles optaram pela posição de independência", disse ao DCI o líder do partido na Câmara, deputado Lincoln Portela (PR-MG), que participou do encontro e antecipou, ainda na semana passada, a tendência de neutralidade da legenda em relação ao governo da petista.

Portela acrescentou ainda que integrantes da Executiva e presidentes regionais da sigla também participaram da reunião via teleconferência ou por telefone "porque essa não é uma decisão para ser tomada de forma isolada".

Para o deputado, a postura adotada pelo partido vai deixar tanto a sigla quanto o governo "mais à vontade" para votar matérias de interesse do País.

O líder do PR disse que não acompanhou o depoimento do atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos à Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado e limitou-se a reforçar que é favorável às investigações a propósito de supostas irregularidades na pasta. Passos, escolhido por Dilma Rousseff para o Ministério dos Transportes, é filiado ao PR, mas não foi indicado ao cargo pela legenda.

Depoimento

Ao depor no Senado, Paulo Sérgio Passos (Transportes) disse que sua "atitude e forma de agir sempre se pautaram pelos melhores princípios de conduta ética".

A declaração foi uma resposta ao senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que lhe perguntou "de onde partiu a voz de comando no esquema de corrupção arquitetado" no ministério.

"Quem está lhe falando aqui é um homem honesto, de vida correta", prosseguiu Passos.

Alvaro Dias protestou dizendo que "não adianta ao governo substituir Alfredo Nascimento por Paulo Passos, porque o que precisa ser alterado é o modelo existente, complexo e corrupto".

O senador aproveitou também para cobrar a criação de uma CPI para investigar irregularidades no governo. A oposição corre para colher as assinaturas na Câmara e no Senado.

"Que limpeza é essa que o governo estaria promovendo, que não permite a criação de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] para investigar o caso? - questionou Alvaro Dias.

Paulo Passos defendeu, no entanto, que não é necessária a criação de uma CPI para apurar as denúncias em sua pasta. Para ele, a Justiça dispõe de mecanismos eficazes para fazer a apuração.

Em resposta a Alvaro Dias, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), provocou a oposição fazendo menção à inexistência de CPIs nos estados onde a sigla é ou foi governo.

"Quantas CPIs aconteceram nos governos de Serra, Alckmin e Aécio? Não houve por falta de pedidos?", questionou o petista.

Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) indagou a Passos sobre a denúncia de que o deputado federal Valdemar da Costa Neto despachava no gabinete do ex-ministro Alfredo Nascimento.

"Não me consta que ele tenha escritório no ministério para despachar", declarou Passos.

Sobre a questão dos aditivos em licitações, que são muitas vezes vinculados a casos de superfaturamento, Paulo Passos disse que "ministro de Estado não examina nem aprova aditivos; eles estão previstos na Lei 8.666 [Lei das Licitações] e devem ser utilizados, desde que dentro da legalidade", afirmou.

Sem visitas

Convidados a depor na Câmara ontem, três ministros do governo Dilma não apareceram para depor sobre supostas irregularidades em suas pastas.

Segundo a assessoria do ministério, Novais não havia confirmado que iria à sessão da Comissão de Defesa do Consumidor e que o evento não constava em sua agenda oficial.

Como foram feitos três convites, mas em sessões em dois dias seguidos na mesma Casa, Novais estaria negociando com os parlamentares uma data única que acomodasse todas as comissões e fosse adequado para a agenda do ministro e dos deputados.

A fala de Pedro Novais fala foi remarcada para hoje às 14h30 em sessão conjunta das Comissões de Defesa do Consumidor, Fiscalização Financeira e Controle; e Turismo e Desporto.

Já os ministros Mário Negromonte (Cidades) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) não compareceram à sessão da comissão de Meio Ambiente para debater sobre a política federal de saneamento básico.

A jato

Ainda ontem, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, admitiu que usou o jato da empresa Ourofino Agronegócios para viagens particulares. A empresa é fornecedora de vacinas contra a febre aftosa desde 2010.

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