segunda-feira, 30 de maio de 2011

Comerciantes estão indignados com a falta de segurança na rodoviária de Manaus



Comerciantes estão indignados com a falta de segurança na rodoviária de Manaus
Nesta segunda-feira (30), dois comerciantes tiveram seus estabelecimentos roubados. Todos os dias, pessoas são assaltadas. O local conta com três policiais da guarda militar para proteger o patrimônio, a PM não está presente no local.
A loja do comerciante Antônio Rodrigues foi assaltada nesta segunda-feira (30). O prejuízo foi de quase R$ 12 mil em mercadorias (Márcio Silva/Acrítica)

Dois comerciantes tiveram suas lojas assaltadas na manhã desta segunda-feira (30). Os estabelecimentos são parte do perímetro do Terminal Rodoviário Engenheiro Huascar Angelim, na Av. Mário Ypiranga Monteiro (Av. Recife), bairro Flores, zona Centro-sul de Manaus.

Os vendedores Antônio Rodrigues, 56 e José Judenor, 51, já trabalham no local há 21 e 30 anos, respectivamente. Segundo eles, em menos de dois anos, já foram assaltados quatro vezes. "Na madrugada de hoje, assaltaram aqui. Levaram celular, máquina fotográfica, pilha alcalina, bijuterias de aço, pen drive e um aparelho para recarga de celular. No total, eu perdi quase R$12 mil em mercadoria", conta seu Antônio.

A loja de seo José, que fica ao lado da outra, também foi alvo do assalto. "Aqui roubaram R$5 mil em produtos. Levaram relógios, chapéus, óculos e outras coisas. Não é a primeira vez que acontece. Nem adianta reclamar, por que ninguém assume a culpa. Nesse tempo todo que estou aqui, já perdi quase R$ 20 mil em mercadoria", relata.

De acordo com os trabalhadores do lugar, os passageiros também são atingidos. "Os passageiros sempre são roubados. Levam bolsas, dinheiro. Mas como eles já estão viajando mesmo, não dá nem tempo de fazer denúncia", explica seu Antônio.

Conforme a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), a segurança é feita por ronda diária da Polícia Militar e por dois policiais da Guarda Municipal durante o dia que se revezam com outros dois durante a noite.

A reportagem do acritica.com esteve no local, na tarde desta segunda-feira e apenas um policial foi visto. Como atua sozinho, ele diz que não pode fazer nada "É um policial durante o dia. Eu sou o responsável de 7h às 19h. Acontece muito assalto aqui e a gente não pode fazer nada. Esses flanelinhas aqui mais assaltam do que tomam conta dos carros. E como são muitos, se eu quiser fazer alguma coisa, é capaz de eles virem contra mim. Quando vejo assalto ou alguém suspeito, a única coisa que eu faço é ligar para a polícia. Só nesse final de semana, três carros foram roubados e quase todos os dias as pessoas são assaltadas. Eu me sinto triste em não poder ajudar meus companheiros, mas também não posso colocar minha vida em risco", conta um segurança que preferiu não se identificar.

Mais dois seguranças de empresa particular ficam na frente dos Correios. Segundo eles, a presença é somente para manter a ordem e não responder pela segurança do local. "Muitos carros são assaltados, mas normalmente os ladrões correm e ninguém consegue pegá-los", contam também sem se identificarem.

Para a SMTU, a administração não se responsabiliza por essas situações externas. "Os locatários lá de fora não pagam nada. Nossa responsabilidade são as bancas e vendedores aqui de dentro do salão do terminal", explica a assessoria.

"Pode procurar que você não encontra nenhum policial aqui. Nesse posto policial, nunca tem ninguém. Em 2009 eu fui assaltado em R$ 3.800. Ultimamente não aconteceu nenhum grande assalta aqui dentro, mas pequenos furtos sim, quase todos os dias", conta um vendedor da área interna, 49, que pediu para não ter seu nome revelado.

A SMTU declarou que já solicitou mais segurança à guarda Municipal, mas ainda estão no aguardo. Além disso, informou que não há câmera de segurança, mas que entrou com o pedido para o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) no dia 12 de maio.

A falta de segurança não é o único problema. Trabalhadores, passantes, lojistas e taxistas reclamam também da estrutura do lugar. "A rodoviária está entregue às baratas", afirma um taxista.

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