RIO - O novo presidente da CBF, José Maria Marin, é um velho conhecido dos bastidores do futebol brasileiro. E também da política nacional. Vereador por São Paulo na década de 60, foi deputado estadual na década seguinte, vice-governador biônico de Paulo Maluf, e chegou a assumir o governo em 1982, por um ano, após a saída do titular para concorrer a deputado federal. No mesmo ano, começou sua carreira como cartola, ao assumir a presidência da Federação Paulista de Futebol (FPF), que dirigiu por seis anos. Em 1986, foi o chefe da delegação brasileira na Copa do México.
Apesar do longo período de atuação como cartola, de ser vice-presidente da CBF para a Região Sudeste, e de ter até mesmo assumido interinamente a presidência quando Ricardo Teixeira pediu licença por motivo de saúde, no fim de 2011, Marin só ficou conhecido do grande público no início deste ano. Mais precisamente no dia 25 de janeiro, quando o dirigente foi flagrado colocando no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians na cerimônia de premiação dos campeões da Copa São Paulo de Juniores. Na ocasião, a FPF disse que a medalha já estava reservada a Marin, mas no fim da festa um dos goleiros do Timão, Matheus, acabou sem receber seu prêmio. Somente após a festa é que a FPF enviou ao goleiro uma medalha de campeão.
— Fui vereador, presidente da Câmara, vice-governador, governador e presidente da FPF e vocês (jornalistas) que vasculharam minha vida acharam apenas o que considero uma verdadeira piada, pois foi uma cortesia da FPF e aconteceu na frente de todo mundo — afirmou nesta segunda-feira.
Marin, que completará 80 anos no dia 6 de maio, chega ao ponto máximo da sua carreira de cartola em um momento turbulento do futebol brasileiro. Devido a sua forte ligação com a FPF, muitos presidentes de federação temem o fortalecimento da cartolagem paulista no comando da CBF. Também à frente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL-2014), Marín assume o cargo durante uma crise de relacionamento entre o governo brasileiro e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Ao falar sobre a nova função, em que terá a companhia do ex-jogador Ronaldo, membro executivo do COL, Marin acabou se atrapalhando:
— Vou continuar trabalhando com o nosso Fenômeno Romário, aliás Ronaldo Nazário — corrigiu.
Marin fez questão de dizer que não assume o cargo para levar mudanças ao comando da CBF. Pelo contrário:
— Não se trata de uma nova gestão, é um novo presidente, não nova administração. É uma continuidade ao estupendo trabalho que o Teixeira estava realizando.
Muito antes de virar dirigente, Marin chegou a ser jogador de futebol. Entre 1950 e 1952, o então jovem atacante disputou 20 jogos pelo São Paulo, marcando cinco gols. Mas a carreira dentro de campo durou pouco, pois ele logo trocou os gramados pelo curso de Direito.
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