Boi Bumbá Brilhante homenageia Amazônia e surpreende no Auto do Boi
Destaque para o Auto do Boi, protagonizado por personagens típicos e versadores do Boi marrom
MANAUS – O Boi-Bumbá Brilhante emocionou o público do Sambódromo de Manaus neste sábado (16) ao voltar às raízes. Entre cores, itens, lendas e rituais, o destaque foi o Auto do Boi protagonizado por personagens típicos e versadores do Boi marrom. Com o tema “Amazônia, Força Brilhante que Emana Vida” o bumbá disputa o Primeiro Festival Folclórico de Manaus.
A primeira alegoria do Boi trouxe o fundador do Brilhante, Vilson Costa, mais conhecido como “Coca”. Do alto da alegoria, ele tocou seu atabaque relembrando como os antigos faziam na década de 80. “Fico feliz por ver esse grande espetáculo entrar para a história. Conseguíamos levar 60 brincantes para a Bola da Suframa, hoje são mais de mill que estão aqui fazendo parte do Brilhante”, afirmou emocionado.
Uma figura carismática e experiente na arte do boi bumbá, também integrou a primeira alegoria do boi. José Ribamar, o Zé Preto de 81 anos é o Amo mais antigo do Brilhante. Segundo ele, são 75 anos de folclore. “Ganhei um boizinho aos seis anos e de lá pra cá nunca mais deixei de brincar. Eu fui amo desde de 1993, mas parei por motivos de saúde”, contou ao Portal Amazônia.
Seu Zé Preto
Do mais antigo ao mais novo. Aos 4 anos, David integra a Ritmada do boi marrom, grupo percussivo que dá ritmo às toadas. Concentrado, ele batia forte em seu pequeno tambor, no ritmo da toada.
Cerca de 10 percussionistas puxaram um estilo diferenciado, para que os versadores dessem início ao Alto do Boi. O cantor Cleber Cruz foi o convidado para cantar a história do Boi Brilhante. Personagens como, Mãe Maria, Catirina, Cazumbá, Pai Francisco, entre outros, compuseram o grande teatro à céu aberto em que se transformou o Sambódromo.
Veja a Galeria Fotos da Segunda Noite do Festival
Diante dos olhos do público, atento a cada surpresa, na cúpula da Catedral de São Sebastião, a Sinhazinha da Fazenda mostrou seu encanto. Lorena Sá, disse estar feliz por defender o título mais uma vez, e mandou um recado para os contrários: Este ano serei campeã mais uma vez”, instigou a moça.
O apresentador oficial do Brilhante, Fabiano Neves situou o público e os 11 jurados com narrações. Após o Auto, a tribo indígena coreografada evoluiu interpretando pássaros.
Com a lenda das mulheres guerreiras sem marido, “As Icamiabas” tomaram conta da área de apresentações do Festival Folclórico. Na interpretação do mito de 1541, nas alegorias, a cênica girava em torno da sedução entre as guerreiras e os índios escolhidos a fim de ajudar na procriação.
Porta Estandarte do Boi Brilhante, Raísa Assis
A Porta Estandarte, Raísa Assis e a Rainha do Folclore, Shirley Nobre apareceram de forma simultânea para cumprir a lenda, e escolher seus parceiros. As belas evoluíram e mostraram a garra das Icamiabas. Ao som da toada “Cunhã poranga do Brilhante”, Isabelle de Padua também dançou para o público e os jurados, com indumentária que representava a índia Ceucy.
O ritual “Criação do Mundo – Carajá” trouxe o pajé Alessandro Velasquez. Na cênica executada nas alegorias, ele representou o espírito do criador segundo a tribo Carajá, Ohoti-bedu. Depois de criar a terra chamada de Berokã, o espírito teve de lutar e vencer o espírito das sombras, chamado Ubroró.
Após a encenação, as alegorias foram retiradas da área para o Boi marrom brincar de folclorear. Todos os itens, tribos, e ritmada encheram o Sambódromo de cor para brincar de Boi Bumbá. O Boi Bumbá Brilhante encerrou a noite de apresentações do Primeiro Festival de Manaus dentro do tempo.
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