Assessor de ministro é demitido
Publicado em 27 de julho de 2011
A exoneração foi assinada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; crise no Ministério dos Transportes tem 25 dias
"Diário Oficial da União" afirma que o próprio exonerado pediu para deixar o cargo; ele é o 18º a cair devido à crise
Brasília. O "Diário Oficial da União" publicou, ontem, a demissão do assessor especial do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos (PR), Wilson Wolter Filho. A exoneração foi assinada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman (PT), de acordo a publicação, a pedido do exonerado.
Ao todo, já somam 18 as demissões por causa das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina envolvendo o ministério, a Valec e o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), incluindo o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR).
Na última segunda-feira, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, pediu demissão do cargo. Segundo nota do Ministério dos Transportes, Pagot cancelou suas férias, que iriam até o dia 4 de agosto, e solicitou à presidente Dilma Rousseff (PT)sua exoneração.
Um dos dois diretores que continuam no Dnit é Geraldo Lourenço de Souza Neto, que é réu em uma ação penal no Tocantins, na qual é acusado pelo Ministério Público de corrupção passiva e falsidade ideológica. Segundo a promotoria, Lourenço integrava, em 2003, uma quadrilha que explorava jogos de azar. À época, ele era o delegado titular da Delegacia Estadual de Crimes Contra os Costumes, Jogos e Diversões. De acordo com os promotores, o diretor recebia semanalmente R$ 1.500 de um contraventor para se abster de combater a exploração de máquinas caça-níqueis e também trabalhava para a "aniquilar" a concorrência do homem que lhe pagava propina.
Por meio da assessoria do Dnit, Lourenço afirmou que as acusações foram reconhecidas como injustas e retiradas pelo Estado do Tocantins. Ele disse ainda que esses assuntos foram avaliados antes de ele assumir o cargo no órgão.
Ofensiva
A oposição se prepara para reapresentar na próxima semana o requerimento de convocação de Passos, ciente de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) não irá reunir a Comissão Representativa do Congresso, antes do fim do recesso parlamentar, para deliberar sobre as solicitações.
Ontem, líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), tentou cobrar de Sarney, que está em São Paulo, a reunião da Comissão e foi informado pela Secretária Geral da Mesa, Cláudia Lyra, de que o entendimento do presidente do Senado é o de que o melhor é aguardar a retomada dos trabalhos. Leia mais na página 13
PLANOS
Pagot diz que vai abrir consultoria
Brasília. O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que pediu demissão na última segunda-feira, afirmou ao site G1, ontem, que irá abrir uma empresa de consultoria para atuar com projetos na área de navegação.
"Estou começando vida nova. Já estou na iniciativa privada. Vou abrir uma empresa de consultoria de projetos na área de navegação. Já estou muito envolvido e discutindo projetos de navegação no Rio Tapajós. Não posso parar. No fim do mês vencem as contas", disse Pagot.
"Tem muita gente que mexe com isso (navegação), mas que conhece (a área) são poucos. E não é falsa modéstia, mas entendo disso como poucos. Estudei muito, continuei me aperfeiçoando. Agora volto para exercer o que tenho de expertise", acrescentou o ex-diretor.
Segundo ele, estes planos já foram discutidos com o senador Blairo Maggi (PR-MT), que é o seu padrinho político.
"Já tinha conversado com o senador Blairo Maggi. O meu horizonte no Dnit era o final de 2011. Então, a partir dessa ideia vou tocar os projetos. Pode até ser que no futuro eu volte a trabalhar com o senador, depende das propostas, mas preciso voltar a iniciativa privada, fazer um rearranjo no DNA da minha vida", finalizou Pagot, que nega acusações contra ele.
Futuro
"Eu estou começando vida nova. Não posso parar. No fim do mês vencem as contas"
Luiz Antônio Pagot
Ex-diretor-geral do Dnit
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