A construção da ponte internacional que liga o Brasil à Guiana Francesa custou R$ 38,6 mi e foi concluída há nove meses. A vida dos ‘guerreiros de selva’ é o tema da terceira reportagem da série sobre a fronteira, veiculada na edição deste domingo, 20 no jornal A CRÍTICA
A contrução da ponte internacional que liga o Brasil à Guiana Francesa custou R$ 38,6 mi e foi concluída há nove meses
A ponte internacional que liga o Brasil à Guiana Francesa e prevê a redução de crimes na fronteira do Norte do País está pronta desde agosto de 2011, mas até agora não tem previsão para ser inaugurada.
O comando da 23ª Brigada de Infantaria e Selva do Exército Brasileiro afirma que a ponte estaiada intensificará a fiscalização na Região e reduzirá o tráfico de drogas, contrabando e descaminho de produtos que podem chegar aos Estados brasileiros, inclusive, ao Amazonas. A ponte está localizada no Distrito de Clevelândia do Norte, sobre o rio Oiapoque, no município de mesmo nome, que fica no Estado do Amapá, extremo Norte do Brasil.
A obra custou R$ 38,6 milhões aos cofres dos Governos do Brasil e da França. A ponte tem 370 metros e começou a ser construída em 2005 pelos presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França. A previsão de Lula era que aponte fosse inaugurada em 2010. Apesar de estar concluída, a inauguração da ponte depende de uma série de acordos entre os dois países que ainda não foram firmados, segundo informações do Exército Brasileiro que mantém a 23ª Brigada de Infantaria e Selva, na margem do rio Oiapoque.
As exigências para a inauguração da ponte ainda dependem da pavimentação asfáltica, construção de um posto de fronteira com alfândega e da presença da Polícia Federal, Ministério da Agricultura e Vigilância Sanitária. Contrastes Do lado francês, o cumprimento dos acordos está mais avançado e pode ser visto na cidade de São Jorge do Oiapoque (Saint-Georges de l'Oyapock), primeira localidade da Guiana Francesa na fronteira com Clevelândia, no Brasil. Já no lado brasileiro, as estradas permanecem sem asfalto, onde os carros circulam apenas na vias de barros batido cheias de buracos, quase intrafegáveis em dias de chuva.
A CRÍTICA esteve na região no início desta semana durante a Operação Ágata 4, do Ministério da Defesa, e conversou com os moradores de Oiapoque que aguardam a liberação do acesso. Apesar da indefinição na data da inauguração, a ponte não é empecilho para que os brasileiros deixem de visitar o lado francês. As pessoas atravessam o rio Oiapoque em canoas e em poucos minutos estão na Guiana Francesa. O limite para os brasileiros andarem em solo francês é uma rua na primeira quadra da cidade de São Jorge.
A ponte é destacada pelos militares com a primeira ligação terrestre entre a Guiana Francesa e o Brasil. Os militares acreditam que os índices de crimes cairão na região porque os governos precisarão investir na fiscalização para controlar o movimento internacional. Desta forma, ressaltam os militares, haverá mais pessoas patrulhando a fronteira brasileira e defendendo o país. Já os moradores de Clevelândia do Norte acreditam que a ponte vai levar desenvolvimento à região, que registra deficiência nas áreas de saúde, assistência social e infraestrutura.
À espera da saúde pública
Além da transformação do cenário da cidade, os moradores de Oiapoque acreditam que a assistência médica vai melhorar com a inauguração da ponte. Os moradores têm apenas um clínico geral para dar conta da demanda médica da região. Eles esperam meses pela ação das Forças Armadas do Brasil, que figura como a única esperança para levar assistência de saúde à cidade. No início da semana, a cidade recebeu o trabalho assistencial das Forças Armadas na Ação Cívico-Social (Aciso).
Além da transformação do cenário da cidade, os moradores de Oiapoque acreditam que a assistência médica vai melhorar com a inauguração da ponte. Os moradores têm apenas um clínico geral para dar conta da demanda médica da região. Eles esperam meses pela ação das Forças Armadas do Brasil, que figura como a única esperança para levar assistência de saúde à cidade. No início da semana, a cidade recebeu o trabalho assistencial das Forças Armadas na Ação Cívico-Social (Aciso).
Uma das 750 pessoas atendidas em Oiapoque foi a doméstica Raimunda da Silva Pessoa, 34, que, pela primeira vez, se submeteu a uma consulta ginecológica. Ela contou que estava com medo, pois não sabia como era o procedimento. Mas depois de uma conversa com o médico, que explicou a importância da consulta, ela se tranquilizou. “Todo mundo fala que a mulher tem que se consultar, mas vim morar em Oiapoque nova e nunca me consultei porque não há médico.”
Já a doméstica Ariane Socorro Miranda de Souza, 25, levou os dois filhos para se consultarem com o pediatra do Exército e agradeceu a presença deles na região. “Quando os militares aparecem na cidade damos graças a Deus. Ficamos esperando o Exército trazer os médicos e, às vezes, demora mais de ano”, disse.
Só nas duas primeiras horas da ação foram atendidas 510 pessoas e distribuídos 278 medicamentos.
Parceria O projeto da ponte internacional já era discutido em 1997, mas só em 2005 começou a ser executado até ganhar força 2008 com a os presidentes Nicolas Sarkozy e Luís Inácio Lula da Silva, da França e do Brasil, respectivamente. A ponte custou R$ 38,6 milhões e foi concluída em 2011, seis anos depois do início da obra.
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