quarta-feira, 27 de junho de 2012

Haddad diz que ex-secretária de Marta Suplicy será vice em chapa

Nome foi confirmado na tarde desta quarta-feira (27) durante evento.
Vice seria Luiza Erundina, que desistiu após aliança com partido de Maluf.

Roney Domingos Do G1 SP
 
Nádia Campeão, que será vice na chapa de Fernando Haddad  (Foto: Priscilla Lobregatte/ PCdoB)Nádia Campeão, que será vice na chapa de
Haddad (Foto: Priscilla Lobregatte/ PCdoB)
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, informou na tarde desta quarta-feira (27) que Nádia Campeão (PCdoB), ex-secretária de esportes de Marta Suplicy, será a vice na chapa. O anúncio foi feito durante evento no diretório municipal do PT, no Centro da capital paulista.
A deputada federal Luiza Erundina (PSB) havia sido oficializada como vice de Haddad na sexta-feira (15). Entretanto, quatro dias depois, Erundina desistiu de concorrer após o PT oficializar a aliança com o PP e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva posar para foto com o deputado federal, Paulo Maluf (PP).

"A decisão foi minha, mas como democrata que eu sou eu ouvi todas as ponderações do PP, do PSB e do PCdoB", disse Haddad.

De acordo com ele, contribuiu para a decisão de convidar Nádia, que aceitou o convite, o perfil da ex-secretária. "Ela é uma conhecedora da cidade, formuladora de políticas públicas importantes, ajudou a administração Marta a implementar os Ceus. O esporte vai ter papel decisivo no próximo período - Copa do Mundo e Olimpíadas. Ela tem grande capacidade de somar politicamente e de formular administrativamente", afirmou.

Segundo Haddad, Nádia não fez nenhuma exigência com relação a Paulo Maluf. "Vocês estão personalizando demais. A Nádia tem a mesma compreensão que eu, de que nós temos que ter a mesma base de apoio, com a envergadura que a presidente Dilma tem no governo federal. Não vou medir esforços para que todos os partidos de apoio ao governo Dilma estejam conosco no primeiro ou no segundo turno", disse Haddad.

Haddad comentou a pesquisa do Datafolha, segundo a qual ele oscilou dois pontos para baixo. "Nossas pesquisas internas oscilam também. O horário eleitoral gratuito e nós sabemos o impacto que ele tem. É só aí que as pessoas se esclarecem sobre quem é o candidato. "

O presidente do PSB, Eliseu Gabriel, afirmou que Erundina reiterou o apoio a Haddad, apesar de ter se afastado da chapa. "Nós do PSB apoiamos a indicação de Nádia Campeão para vice. Eu quero dizer que conversei com a deputada Luiza Erundina há cerca de uma hora e meia e ela me afirmou a disposição de apoiar Fernando Haddad no que ela puder e em tudo o que puder o companheiro Fernando Haddad para prefeito", afirmou Gabriel.

Nádia
Moradora de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, e nascida em Rio Claro, no interior de São Paulo, a engenheira agrônoma Nádia Campeão, de 54 anos, é casada, mãe de dois filhos, tem gosto eclético para música e gosta de frequentar os parques de São Paulo. Para ela, andar de bicicleta na cidade é um desafio.
"Eu gosto de tudo, gosto bastante de atividade física e foi a isso que me dediquei mais na gestão da Marta", diz. "Foi muito apaixonante, ciclovia, bicicleta, piscina aberta. Eu ando de bicicleta sempre que posso, porque em São Paulo é um desafio. Sou frequentadora assídua dos parques de São Paulo."
Secretária de esportes no governo Marta Suplicy (2001 a 2004), candidata a vice-governadora ao lado do hoje ministro da Educação, Aloizio Mercadante, Nádia trabalha na liderança do PCdoB na Assembleia Legislativa. Neste ano, ela trabalhou no planejamento das candidaturas do PCdoB em cerca de 300 cidades paulistas.
Nádia afirma que ainda mantém vínculos afetivos com Rio Claro, para onde nunca mais voltou. "Minha mãe ainda mora em Rio Claro. Vou de vez em quando para lá. Saí quando fui fazer a faculdade e não voltei mais. Tenho um gosto muito grande pelo interior de São Paulo."
Donato,  Haddad e Eliseu  (Foto: Roney Domingos/ G1)Donato, Haddad e Eliseu
(Foto: Roney Domingos/ G1)
A dirigente política conta como foi seu ingresso no PCdoB, ao qual se mantém fiel desde então. "Eu entrei na política e no partido em 1978, quando os partidos de esquerda eram todos clandestinos. A gente tinha uma vida universitária, meta de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de São Paulo (USP). Eu fiz parte desse movimento estudantil e a gente era muito ousado, muito destemido. Eu tinha a resistência que tinha todo mundo que atuava pelo fim do regime militar (1964-1985). O impulso era o da juventude que procurou os caminhos. Nessa época ninguém nem sonhava em nada de disputa eleitoral", lembra ela.
Questionada na terça-feira (26) sobre a tensão provocada por decisões como sua indicação para vice, Nádia deixou claro que controla as emoções com rigor partidário. "Eu vejo com naturalidade política", afirmou. São momentos que a gente tem de levar com muita tranquilidade e tem que respeitar os processos decisórios. Acho que qualquer tipo de movimentação que tenta correr por fora disso ela tem vida curta. Neste momento, os processos decisórios passam pela opinião dos partidos que ja deliberaram fazer aliança e passam pelo candidato. Todos têm direito a levantar nomes, apreciar nomes. Vivo essas situações partidárias há muito tempo", afirmou.
Desistência de Erundina
A deputada federal Luiza Erundina (PSB) desistiu de ser vice de Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, no dia 18 de junho, após a formalização de aliança entre o PT e o partido de Paulo Maluf, o PP. Para Erundina, o ex-presidente Lula deu um "fora" ao negociar a aliança e se deixar fotografar cumprimentando o político do PP.
"Ele [Maluf] fez um cálculo. Exigiu que Lula fosse lá. Isso foi o que eu li. Já acho absurdo, osso duro de roer, eventualmente ter que tê-lo na coligação. Acho que não tinha... um minuto na TV, o tempo que fosse, não justifica. É preço alto que se paga. Ainda por cima ceder a essa exigência", declarou Erundina na semana passada.

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