quarta-feira, 25 de julho de 2012

BRASILEIROS QUE SE DERAM BEM FORA DO BRASIL

Gigante da franquia brasileira investe no seu primeiro negócio no exterior.

C
 
Por Chris Delboni | Coluna Direto de Miami (http://colunistas.ig.com.br/diretodemiami)
Fotos de Carla Guarilha
O empresário paulista José Carlos Semenzato está trazendo ainda este ano uma de suas marcas de sucesso para os Estados Unidos.  Até o fim de 2012, ele promete abrir a primeira unidade do L’Entrecôte de Paris no exterior, na região da Brickell, o coração financeiro de Miami.
“Sempre resisti um pouco à expansão internacional no momento em que o Brasil tem oportunidades incríveis”, diz o empreendedor, presidente da SMZTO Participações, gigante holding de franquias multissetoriais no Brasil.
Mas há um ano e meio, quando comprou um imóvel de férias numa das torres Trump em Sunny Isles, com três suítes e pé na areia, começou a mudar de ideia e decidiu abrir seu primeiro empreendimento fora do Brasil.
José Carlos Semenzato em seu apartamento em Sunny Isles.
“Quando cheguei em Miami, comecei a pensar, ‘como é que vou ganhar dinheiro por aqui’?  Como bom empreendedor, não dá para chegar aqui só para gastar”, diz, rindo.
E quando começou a avaliar as oportunidades, chegou a uma conclusão: “O L’Entrecôte cabe aqui como uma luva”, diz, confiante no restaurante que vem fazendo sucesso no Itaim Bibi, em São Paulo, com um prato só: “entrecôte”, uma espécie de contrafilet, servido com batatas fritas e um molho secreto.
Semenzato diz que já tem um grupo de investidores para o empreendimento aqui e está negociando agora com um sócio experiente no ramo gastronômico na cidade para administrar o restaurante.
“Uma vez que o cliente entrou no L’Entrecote de Paris, ele vicia e, no mínimo, a cada 15 dias, ele tem que voltar”, diz, orgulhoso.  “Queremos criar aqui o mesmo produto, que tenha qualidade no atendimento e preço”.
Semenzato espera expandir a versão brasileira do L’Entrecote de Paris pelo mundo. Já tem algumas franquias encaminhadas no Brasil e planos de abrir até 10 unidades em cinco anos na Flórida.
Semenzato, hoje com 44 anos e um nome que é sinônimo de sucesso, conquista e superação no Brasil, possui 11 marcas, inclusive o Instituto Embelleze, um negócio que espera também trazer para os Estados Unidos no futuro.
E a SMZTO não para de crescer.
“Estamos falando de 500 franquias novas em 2012 no Brasil – é um número muito audacioso”, diz.
Sua fórmula de sucesso é inovação, pioneirismo e liderança de mercado.
“Nos setores que eu entro, quero ser líder, quero dar o melhor, quero fazer o melhor”, diz.  “Eu aprendi que você tem duas opções no mercado.  Ou você faz poeira ou você come poeira.  Eu sempre optei por fazer poeira”.
Semenzato, com Samara, sua esposa, e Beatriz, sua filha, de 15 anos.
O empreendedor conta que sempre procurou inovar.  “A cada dois ou três anos, eu faço grandes mudanças na minha vida – uma inovação, uma sacada nova, eu invento”, diz.
E assim foi desde pequeno, quando ajudava o pai, pedreiro, a carregar tijolo em Lins, no interior de São Paulo.  Com 13 anos, vendia coxinhas que a mãe fazia para completar a renda da família.  Um ano depois, resolveu fazer um curso de informática aos sábados para aprender a digitar e operar um computador.  Logo em seguida, aprendeu a programar e passou a trabalhar no ramo como analista de sistemas e à noite dava aula de computação no Instituto Americano de Lins.
Seu sogro, padeiro, tinha um computador no escritório da padaria, e percebendo a demanda dos alunos, Semenzato passou a dar aulas particulares também nos fins de semana, o que o levou ao seu primeiro grande negócio: a Microlins, que abriu aos 21 anos.
Em um ano e meio, a escola de informática tinha 17 unidades espalhadas pelo estado de São Paulo.
Na época, era recém-casado com a esposa Samara, mãe de seus dois filhos – Beatriz, hoje com 15 anos, e Bruno, com 20 anos, é tenista profissional e aluno da Duke University, uma grande universidade americana, onde estuda economia e finanças.
Tudo ia bem, até que três anos depois veio o Plano Real e Semenzato não tinha verba disponível para pagar o leasing dos computadores das escolas.  “Eu estava literalmente falido”, diz.   “Foi a minha primeira experiência negativa na vida”.
A solução que deu foi o “franchise” da marca.  “Ou eu franqueava ou fechava as escolas”, diz.  “Foi uma reestruturação generalizada, um susto tremendo.  Tive que passar alguns anos me recuperando”.
A empresa foi crescendo cada vez mais, e em quatro anos, se lançou como uma escola profissionalizante.
“A Microlins deixou de ser uma escola de informática e virou uma escola de profissões”, diz ele.  “Foi a grande sacada que realmente revolucionou o mercado”.
Em 2000, entrou no setor de telecomunicações, abrindo 150 escolas de instalações de telefones e aparelhos.  “Colocamos 30 mil homens instaladores de telefones para trabalhar nas telecomunicações”, diz Semenzato.  “Foi um momento mágico na nossa história”.
E assim foi: cada dois anos, uma inovação, até que vendeu a Microlins em 2010 com cerca de 750 franquias em vários setores de profissionalização, de informática à administração.
A familia Semenzato curte uma tarde ensolarada em Miami.
“Acho que esta minha visão de futuro, de realmente conseguir enxergar onde poucos conseguem, foi o que me moveu”, diz o empreendedor, que hoje tem como meta passar um pouco dessa visão e confiança para os jovens carentes através de um livro autobiográfico que deve ser publicado no ano que vem.
“Comprei meu jato, tenho uma mansão no interior e  um apartamento maravilhoso”, diz.  “O jovem tem que entender que foram 20 anos para construir uma história.  Não dá para fazer com menos de 10 anos uma trajetória de sucesso”.
O importante, diz ele, é ter foco, dedicação e paciência, e não deixar nunca de sonhar.
*No vídeo, José Carlos Semenzato revela o segredo do seu sucesso e a receita para o jovem empreendedor de hoje

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