domingo, 19 de junho de 2011

Nova Esperança, bairro de Manaus



Esperança em ter uma vida melhor. Com este intuito nasceu a ocupação "Rumo Certo", dando origem ao bairro Nova Esperança, que fez 22 anos no dia 8 de Outubro. Sua história inicia na década de 1980, quando a cidade sofreu forte expansão demográfica devido à presença da Zona Franca de Manaus, o que afetou diretamente no surgimento de novos bairros, principalmente oriundos de invasões. O Nova Esperança surge neste contexto, com a primeira invasão ocorrendo por trás do Cophasa (Conjunto Residencial Ponta Negra) que antes era uma vila militar, dando origem ao bairro Nova Esperança I e, quatro anos mais tarde, depois da quarta tentativa frustrada, ocorreu a segunda ocupação, originando o Nova Esperança II. As primeiras ruas foram a Antônia Dalva e Gama Farias.

Slogan de campanha

O primeiro nome da ocupação foi "Rumo Certo", denominação dada como forma de chamar atenção do poder público para a área, pois esse era o slogan do governador Gilberto Mestrinho. Nesse sentido, outras ruas receberam nomes de autoridades de ocasião, como a Alfredo Nascimento, prefeito; Omar Aziz, vice; Paulo Jacob, secretário de Obras; José Maia e tantas outras. Contudo, o bairro se desenvolveu desordenadamente sem atender as necessidades básicas dos moradores, com alguns chegando a pagar R$ 50 reais por mês até a desapropriação da área, e ainda corriam risco de vida, devido às instalações elétricas clandestinas e ligações de água, os famosos "gatos". Quem não podia usar desse expediente usava luz de velas.

O nome Rumo Certo não foi aceito pela comunidade, então se pensou em dar outra denominação ao bairro, que deveria ser chamado de Buriti, pois existiam muitas dessas palmeiras na área. No entanto, Benedito Teixeira, que foi o primeiro presidente da Associação de Moradores do bairro, fez uma eleição para a escolha do nome, saindo vitoriosa a denominação de Nova Esperança, refletindo a fé dos moradores em ter uma vida melhor.

Urbanização

A partir da década de 1990, o bairro começa a sentir os efeitos do processo de urbanização promovida pelo poder público, como asfaltamento de algumas ruas, drenagem de igarapés, água encanada, instalação de redes de esgoto e pavimentação. Foi também construída uma escola de ensino fundamental e médio, a Escola Estadual Marechal Hermes.

Neste época, Manaus conhece um forte crescimento populacional, com intensas migrações de interioranos e de pessoas de outros estados, o que impulsionou o crescimento do bairro e aumentou as desigualdades e a criminalidade.

Localização

O Nova Esperança está localizado na Zona Oeste da cidade, numa área de 150 hectares e
faz fronteira com os seguintes bairros: Lírio do Vale, Planalto, Alvorada, Dom Pedro, São Jorge, Compensa e Santo Agostinho.

Problemas

Na década de 1990, Manaus sofre com o desemprego em massa nas fábricas do Distrito Industrial e o bairro da Nova Esperança sente esta conjuntura adversa, com a queda do
padrão de vida de seus moradores, acarretando mais desigualdades sociais, marginalização e problemas generalizados, que ainda fazem parte da realidade dos moradores. O bairro não atrai indústrias e esta realidade pode ser comprovada pelo alto índice de desemprego, estimulando a economia informal.

Em 1996, o bairro aumentou nas proximidades do Conjunto Manoel Nogueira, na área conhecida como Campo do Boi, aonde até hoje existe um pequeno pasto. Esta nova área foi, a princípio, loteada por seu antigo proprietário, um português, que não cumpriu as promessas feitas quando da venda dos lotes, deixando os novos moradores sem infra-estrutura básica. Desta forma, essas pessoas deixaram de pagar por elas e conseguiram sua desapropriação.

Os moradores do Nova Esperança sofrem com a falta de ações do poder público, caracterizada pela ausência de posto policial, praças, feiras livres, agências bancárias, lotéricas e dos Correios. Falta também áreas verdes para lazer e praças. Hoje o bairro possui comércio pulverizado pelas ruas, como panificadoras, drogarias, açougues, lojas de autopeças, bancas, etc. No setor social, tem destaque para o Sr. Lobato, que promove a Festa Junina do Buracão e o campeonato de futebol. E o senhor Benildo, que fundou o Clube de Mães, onde promove trabalhos manuais e ministra aulas de reforço para a comunidade.

O bairro está localizado numa área de 150 hectares, tem aproximadamente 30 mil habitantes, mas ainda não se livrou dos fantasmas do passado da falta de condições adequadas à vida humana, como por exemplo, na área do Castanhal, que ainda hoje não tem água encanada.

O Nova Esperança já possui várias escolas estaduais e municipais, mas o bairro também tem uma área chamada "alagada", que são casas quase dentro da água, sem falar no Rip Rap, onde se erguem palafitas sob um igarapé do Buriti, totalmente poluído, demonstrando a necessidade de políticas públicas sérias que desenvolvam o bairro com ações efetivas e duradouras.

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